Depois de ser surpreendido com a decisão da Anvisa de interromper os testes com a vacina CoronaVac, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse que a suspensão foi motivada por um óbito, mas que essa morte não pode ser classificada como um evento adverso.
“Como são mais de 10 mil voluntários neste momento, pode acontecer um óbito”, afirmou. “Ocorreu um óbito, que não tem relação com a vacina. Portanto, não existe nenhum motivo para interrupção do estudo clínico”, afirmou Dimas Covas em entrevista à TV Cultura.
A CoronaVac é desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Butantan, em São Paulo. Com a interrupção do estudo, nenhum novo voluntário poderá ser vacinado. Os participantes que já receberam doses da vacina continuarão sendo acompanhados pela equipe de pesquisa.
A Sinovac também se manifestou após a decisão da Anvisa e disse em comunicado que “está confiante na segurança da vacina” contra a covid-19.
A empresa também afirmou que o estudo clínico em fase 3 no Brasil “é realizado estritamente de acordo com os requisitos do GCP” (Good Clinical Practice, ou “boas práticas clínicas” em tradução livre).
A suspensão acontece em meio à disputa política entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o seu desafeto, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). A interrupção dos testes aconteceu no mesmo dia em que Doria anunciou que 120 mil doses da CoronaVac chegará no dia 20 de novembro ao Brasil.
Veja também: Anvisa interrompe estudos com vacina Coronavac após morte de voluntário
Instituto Butantan diz que morte não tem relação com vacina publicado primeiro em Catraca Livre
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