A cantora baiana Margareth Menezes conta sobre o título de rainha do afropop e explica que este é o estilo musical que a define. Ela canta e brinca que não seria “nem faraó nem Cleopatra e, sim, Rainha de Sabá, autoridade”. Com sorriso no rosto, a cantora fala sobre o começo da carreira, sobre o sucesso da música “Faraó” e sobre racismo estrutural na indústria da música. “Há privilégio da indústria musical para as pessoas brancas”, constata.
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Ao Guia Negro Entrevista, ela diz que o questionamento de porquê artistas negros não têm o mesmo destaque que artistas brancos “deve ser feito à indústria e à sociedade brasileira”, sem culpabilizar cantoras como Daniela Mercury e Ivete Sangalo . A cantora diz que nunca fugiu de falar sobre a questão racial ao longo de sua carreira, mas ressalta que “não é ativista política e, sim, uma artista”. “Racismo é uma forma criada para justificar a escravidão”, ressalta.
A baiana de Península de Itapagipe afirma que sua identidade, o que a leva ao carnaval e a todo os lugares é a música. Uma das canções mais conhecidas de sua carreira “Faraó” é um verdadeiro hino até hoje. “Em qualquer lugar que eu cantar ‘Eu falei faraó’ as pessoas respondem”. A música tem letra que conta parte da história do Egito e letra política. A cantora cita, inclusive, o seu verso preferido.
A pergunta sobre “o que é ser um corpo negro no mundo?” feita para todos os entrevistados do programa, também é respondida por Margareth Menezes: “somos seres humanos buscando ser feliz”. A cantora também dá dicas de lugares de cultura e história negra que todas as pessoas devem visitar: a Bahia. Ela destaca o legado das cidades de Santo Amaro, Cachoeira e São Félix que guardam memórias ancestrais.
Apresentado por Guilherme Soares Dias, o programa tem produção de Heitor Salatiel, charges de Felipe Carvalho, trilha de Boris Reine-Adelaide, designer de Iago Reizs e direção de Rodrigo Portela. A quarta temporada do #guianegroentrevista é uma parceria da Terra Preta Produções e da Catraca Livre.
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