Conhecida por ser a cidade do turismo de aventura, Brotas está a 242 km de São Paulo. Soma-se a isso o fato de que é um destino nacional de fácil acesso que une atividades ao ar livre, um contato maior com a natureza e bastante distanciamento social.
E será que dá para aproveitar as atrações radicais de Brotas com crianças? Essa era a minha principal dúvida!
Conheci o Viva Brotas Ecoparque, um hotel fazenda de aventuras! Nada de monitores nem piscina! A proposta aqui é outra: acordar cedinho para assistir o nascer do sol, tomar um banho revigorante de cachoeira e, lógico, descer as corredeiras do rio Jacaré-Pepira dentro de um bote e gritar a uma altura de 120 m de uma tirolesa com 1,2 km de extensão!
Os bichinhos fofos de fazenda dão lugar a uma jiboia de estimação que as crianças e os adultos podem mexer e até segurar (com supervisão)!
Anoitece e não se enxerga um palmo à frente fora do seu chalé, além das estrelas no céu. Para chegar até o restaurante, onde é servido o jantar, usar a lanterna oferecida pelo próprio hotel torna a experiência mais divertida ainda (calma, são apenas alguns metros!). Se for uma noite de lua cheia, uau, que sorte!
O Viva Brotas Ecoparque existe há cerca de cinco anos e oferece vários tipos de aventura, como tirolesa, rafting, rapel na cachoeira, trilha, queda livre, super bike, etc. O ecoparque também funciona com day use, então não precisa ser hóspede para usufruir as atividades.
#DicaCatraca: sempre lembre de usar a máscara de proteção, andar com álcool em gel, respeitar o distanciamento social e sair de casa somente se necessário! Caso pertença ao grupo de risco ou conviva com alguém que precise de maiores cuidados, evite passeios presenciais. A situação é séria! Vamos nos cuidar para sair desta pandemia o mais rápido possível. Combinado?
A parte da hospedagem é super nova, com 2 anos, e com poucas acomodações: são oito chalés, quatro cabanas e uma tenda. Prato cheio para quem quer fugir de aglomerações dos super resorts!
Trilha, macacos e aves em Brotas
Todas as atividades devem ser agendadas, com exceção da trilha que leva até a Cachoeira Santa Eulália, com uma queda de 47 metros de altura. Esse é um passeio livre, sem agendamento (mas nos recomendaram não entrar após as 15h30 para não correr o risco de anoitecer enquanto estivéssemos lá).
A trilha, com 1,5 km, é considerada moderada e no finalzinho tem uma parte com muitas pedras, que merecem um pouquinho de atenção com as crianças.
Encaramos a trilha e o máximo que poderia acontecer seria achar difícil e voltar. Importante usar sempre calçados fechados e de preferência calça comprida em trilhas – nada de chinelinho, hein? Use também repelente e leve água para se hidratar durante esse passeio.
Logo embaixo da queda tem um poço raso, onde é possível curtir uma hidro natural da cachoeira ;)
Levamos cerca de meia hora na ida e meia hora na volta. O caminho é repleto de surpresas boas: macaquinhos pulando de galho em galho bem em cima da gente e mais de 150 espécies de aves catalogadas da mata preservada – uma área rica para o birdwatching (observação de aves).
Tem coragem?
É certo que meu coração ficou mais acelerado do que o normal e aquele frio na barriga teimou em me acompanhar quase que o tempo todo, sobretudo quando me lancei na tirolesa que atinge uma velocidade de 50 km/hora a uma altura de 120 metros – detalhe, com minha filha de 6 anos presa em mim em uma espécie de canguru. O mais velho, de 8 anos, já tinha peso suficiente para fazer um voo duplo na tirolesa com o pai (dois cabos paralelos descendo juntos).
Mas em meio a gritos de emoção, de repente tudo silencia lá em cima e você consegue contemplar a mata nativa na qual está inserida. Puxa, como é lindo lá de cima!!
Uma das atividades mais aguardadas por nós era descer as corredeiras do rio Jacaré-Pepira. Afinal, não tem como falar de Brotas sem falar de Rafting. Tem emoção? Muita! As crianças adoraram e ficaram realmente chateadas quando acabou. O passeio durou cerca de 2 horas e incluíram paradas em determinados pontos no trajeto do rio, como momentos de flutuação e visita a uma pequena cachoeira.
No caso do rafting é importante verificar com o hotel ou agência de passeio a época que você pretende ir. Em temporadas de chuva, o rio fica mais cheio e as corredeiras ficam mais fortes, o que pode restringir a ida de crianças, dependendo da altura.
Aliás, essa é uma dica que serve para todas as atrações em Brotas: verifique antes o peso/ altura da criança para ter certeza que ela poderá ir.
E olha só, voltamos ainda com um super bônus no quesito homeschooling: uma aula de geografia sobre o curso dos rios e a experiência de nadar em um dos poucos rios do estado de São Paulo livres de poluição.
E, lógico, o passeio só tem graça se for legal para todos! Respeitar o medo e o limite dos pequenos é importantíssimo! No nosso caso, tiveram que respeitar o meu medo (rs).
É legal alternar entre uma atividade radical e outra mais calminha no dia, pois a adrenalina é grande e acaba sendo cansativo também.
Então, sim, Brotas também pode ser divertidíssimo para crianças se conectarem com a natureza e viverem muitas emoções! É uma viagem que talvez não seja o perfil de todos, afinal, tem que curtir o ecoturismo e querer/ gostar de se jogar em aventuras.
Viajar durante a pandemia
Recebemos a informação que todos os equipamentos de segurança utilizados são higienizados antes de serem entregues aos aventureiros. Mas para quem se propõe a viajar durante a pandemia, cuidados a mais nunca serão um exagero.
Além do uso de máscara, eu carregava o álcool gel a tiracolo em todo lugar e não hesitava em higienizar as mãos da família depois de usar qualquer equipamento. Quanto ao distanciamento social, as fotos falam por si ;)
Brotas com crianças: muita aventura rodeada pela natureza publicado primeiro em Catraca Livre
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